segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

COMO USAR ESSE TAL DE ANEXO


COMO USAR ESSE TAL DE ANEXO?!
Olá, amigos. Tudo bem com vocês?
Existem várias dúvidas quanto o uso da palavra anexo. Muitas vezes eu escutei críticas por concatenar a preposição em + o substantivo anexo. Para entendermos melhor se realmente as críticas são, gramaticalmente, consistentes, vamos analisar a palavra atuando na sintaxe.
ETIMOLOGIA
Para prosseguirmos, vamos entender a história desta palavra. Anexo é uma palavra oriunda do latim Annexus, particípio passado de Annectere, que significa (AD = em + Nectere = unir, juntar, ligar.) Ou seja, Annectere é o mesmo que “em junção” ou “em ligação”. Logo, traduzida para a língua portuguesa como anexo. Veja que a tradução é anexo e não em anexo.

SINTAXE
Analisando a construção da oração, a palavra Anexo pode atuar como: verbo (anexar), como substantivo (anexo) ou adjetivo (anexo). Nesta reflexão, trataremos apenas da palavra atuando como substantivo e adjetivo.

I) Como Adjetivo
Quando a palavra anexo atua como adjetivo, ela acompanha a flexão do substantivo em gênero e número, como nos seguintes exemplos:

a) Mariana disse que o/s convite/s está/ão anexo/s a carta
b) Cristiane trouxe a nota anexa à lista.
II) Como substantivo
Considerando a atuação da palavra anexo como substantivo, pode-se permitir que ela seja antecedida pela preposição em, que estabelece ao substantivo a relação de tempo, lugar e especialidade. Vejamos alguns exemplos relacionados a preposição em:

a) Tempo: "Em Agosto viajaremos."
b) Lugar: "Devo estar em Brasília hoje a noite."
c) Especialidade: "Eu sou técnico em informática."
Tendo as relações em que a preposição em atuam bem fixadas, vamos repensá-la na oração, atuando junto ao substantivo anexo.
a) Cristina, segue/m a/s lista/s solicitada/s em anexo.
Neste caso, o substantivo anexo é invariável, ou seja, por mais que a oração esteja no plural, o substantivo não recebe a flexão de número. Percebemos também que a sua atuação está indicando que o arquivo enviado à Cristina, está dentro do veículo usado para transmitir a mensagem. Veja a atuação em outro exemplo:

João, os orçamentos estão em (ou NO) anexo!
Veja que no exemplo acima, podemos substituir a preposição “em” pela preposição combinada “no” (Prep. 'em' + Art. 'o' = Prep. 'No').

Com base nas análises acima, consideramos que a palavra anexo pode ser antecedida pela preposição “em” sem problemas, desde que a palavra esteja atuando sintaticamente na oração como um substantivo.
Contudo, "em anexo" existe, mas, em situações organizacionais, não está no registro formal. Por isso, aconselho utilizar anexo e duas derivações: anexo, anexos, anexa, anexas.
Vale ressaltar que quando a palavra anexo 
atua como adjetivo, não pode ser antecedida pela preposição em!

José Henrique Santos.

domingo, 5 de fevereiro de 2017

A SAUDAÇÃO NO VOCATIVO



Olá, amigos. Tudo bem com vocês?

Na coluna de hoje quero compartilhar com vocês sobre as saudações. É muito comum vermos nas redes sociais, nos e-mails corporativos e outros documentos, um grave erro gramatical, despercebido por muitos, a atuação da nossa "amiga vírgula" atuando em conjunto com o vocativo.
Começo relembrando-vos o que é vocativo. Segundo a definição de CAMPEDELLI, "Vocativo é o termo com que se interpela o ouvinte. É um termo de chamamento, dirigido à segunda pessoa do discurso", ou seja, quando nos dirigimos a uma pessoa, utilizamo-lo. Além disso, o vocativo atua junto a interjeição, na maioria dos casos. 
Mas, o que quero ressaltar a vocês é como iniciarmos um e-mail ou quaisquer discursos escritos, gramaticalmente correto quanto ao vocativo. A gramática nos ensina que devemos separar o vocativo do restante da oração, utilizando a virgula.
Os erros que mais tenho visto são:

"Bom dia! Cristina, tudo bem com você?"
"Cristina bom dia"
"Olá Maria, tudo bem com você?"

Vejamos que gramaticalmente as orações acima não condizem com a gramática. Agora vejamos os exemplos abaixo que condizem com a gramática:

"Bom dia, José"
"Oi, Paula, vamos ao cinema?"
"Olá, professora"
"Oi, amiga"

Ressalto que o vocativo permite apenas a vírgula, diferentemente da interjeição que aceita exclamações. É comum interjeições antecederem vocativos, exemplo:

"Ó mulher, tu és bela".
"Alô, moça da favela, que é ela?"

Para finalizar, ressalto a importância de usarmos a vírgula, pois como nos casos abaixo, a sua falta implica claramente no sentido da oração:

"Você viu o diretor Matheus?"
"Você viu o diretor, Matheus?"

"Ouça meu amor"
"Ouça, meu amor"

"Você conhece Antônia?"
"Você conhece, Antônia?"

Obrigado amigos, tenham uma excelente semana e até o próximo encontro,

José Henrique Santos.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

DIÁRIO DO JOSÉ HENRIQUE #1



Olá, amigos.
Como estão?

Inicio a nossa coluna de Português Empresarial, onde conterá dicas sobre o uso da nossa língua dentro do ambiente corporativo.
Espero que gostem!

A escrita das redes sociais.
As redes sociais têm se infincado cada vez mais na vida profissional das pessoas. É comum você ter na sua lista de amigos, pessoas que trabalham com você, inclusive os seus líderes. Mas até que ponto a sua exposição pode implicar na sua vida profissional?
Percebe-se que atualmente estamos sendo analisados a todo instante, digo no âmbito profissional, onde algumas exposições implicam nos rumos em que as nossas vidas profissionais tomarão. Suponhamos que você seja um profissional da área de Customer Service (atendimento ao cliente) e está participando de um processo seletivo para uma grande multinacional. O departamento de RH, como está analisando o seu perfil, resolve ver suas publicações nas redes sociais (o que é comum atualmente) e analisando-a, encontram vários erros nas suas postagens. O primeiro pensamento que pode surgir é: Como uma pessoa que escreve desta forma, representará a minha empresa diante dos meus clientes?!.
Veja que, se nos colocarmos no lugar desta empresa, também teríamos tal reflexão, pois a empresa será vista, diante dos seus clientes e concorrentes, como sem critério de contratação ou sem seriedade, partindo do pressuposto de que "A língua é um instrumento de poder", por conter um profissional que escreva de forma equivocada, usando a modalidade oral na escrita, abundância do uso informal, erros gramaticais e ortográficos, redundâncias e outros vícios linguísticos.
Humberto Eco dizia que a internet deu vozes a imbecis. Por isso, digo-lhes: Não sejam considerados imbecis. Mostrem o que vocês querem que as pessoas vejam sobre vocês e não o que elas podem supor sobre vocês.
Com isso, convido-o a refletir o quão e como você está se expondo nas redes sociais, tendo o senso crítico de que há pessoas que podem lhe dar oportunidades e que, as vezes, deixam-nas pela forma que você se expõe, linguisticamente.
Referência:
Bagno, M. A LÍNGUA COMO INSTRUMENTO DE PODER.

CINCO ERROS QUE COMETEMOS NA PRODUÇÃO DE TEXTOS DISSERTATIVOS


Olá Caleidoscopianas e Caleidoscopianos, como vocês estão?
Em algum momento de nossas vidas vamos ter que produzir um texto dissertativo e não adianta fugir. Mesmo que sabemos que, felizmente ou infelizmente, vamos ter que produzir tal tipo de texto, por que ainda temos dificuldades em produzi-lo? Hoje nós vamos tratar dos CINCO ERROS QUE COMETEMOS NA PRODUÇÃO DE TEXTOS DISSERTATIVOS

5 PERÍODOS MUITO LONGOS: Frases longas podem comprometer a coerência e coesão do texto. Muitas vezes temos inúmeras ideias sobre o tema, mas escrevemos as tais ideias sem objetividade e clareza. A sugestão é preferir frases curtas ou médias com, no máximo, 15 a 20 palavras.
4 TERMOS, EXPRESSÕES E PALAVRAS ÓBIVAS E GENERALIZADORAS: Um bom texto dissertativo é aquele que consegue convencer o leitor de que suas opiniões estão condizentes com a realidade. Construções sintáticas óbvias e generalizadoras comprometem os argumentos. Alguns exemplos:
ÓBVIOS: “atualmente”, “no mundo de hoje”, “hoje em dia”, “podemos concluir que”, “conclui-se”, “eu acho que”, “na minha opinião”.
GENERELIZADORES: “todos”, “nunca”, “jamais”, “único”, “sempre”.

3 EXPRESSÕES TÍPICAS DA LÍNGUA FALADA E GÍRIAS: Um dos requisitos para escrever textos dissertativos é o uso da modalidade formal da língua portuguesa. Um texto com coloquialismo e gírias não consegue convencer às opiniões do autor para o leitor. Se for usá-los, precisa deixar claro que sabe que se trata de um termo típico da língua falada.
2 ERROS ORTOGRÁFICOS: Por falta de leitura, muitos textos não são revisados e por sua vez contém erros ortográficos. Erros ortográficos comprometem o sentido do texto.
1 FUGA DO TEMA: Textos dissertativos trabalham com um tema/problema que deve ser indagado integralmente. Não podemos tratar de assuntos que são discordantes ao tema.
Tem algum erro que não tratamos nessa postagem? Deixem nos comentários. Até logo!

CINCO VÍCIOS DE LINGUAGEM QUE VOCÊ JÁ UTILIZOU


Olá Caleidoscopianos e Caleidoscopianas, como vocês estão? 
Você já uso algum vicio de linguagem no seu cotidiano? Se falar que não, com certeza está mentindo! Nós usamos os vícios de linguagem todos os dias! Vamos listar CINCO VICIOS DE LINGUAGEM QUE VOCÊ, CALEIDOSCOPIANO, JÁ UTILIZOU.

5 BARBARISMO: desvio da língua padrão contendo erro de grafia ou pronúncia da palavra
Exemplo: Mãe, liga no ASTERÍSTICO, cinco, cinco, cinco, para inserir créditos no celular.

“Asterístico” não dá né, colega? Vamos reformular a oração
Reformulado: Mãe, liga no ASTERÍSCO, cinco, cinco, cinco, para inserir créditos.

4 CACAFONIA: é um som desagradável resultante da combinação de duas ou mais palavras.
Exemplo: O relatório final foi a parte que HAVIA DADO mais trabalho para os funcionários.
Antes de mais nada, a página é totalmente amiga dos gays, mas, pensando no mundo dos negócios, existem termos mais harmoniosos. Vamos reformular a oração:
Reformulado: O relatório final foi a parte QUE TINHA DADO mais trabalho para os funcionários.

3 GERUNDISMO: consiste em locução verbal formada dos verbos auxiliares ir+estar para expressar ações futuras. Esse tipo de construção passa ao interlocutor uma postura de não comprometimento.
Exemplo: Nosso gerente VAI ESTAR ENTRANDO em contato com o senhor e VAI ESTAR RESOLVENDO o seu problema.
Nossa, Caleidoscopianos, gerundismo é não harmonioso quando escutamos; feri os nossos ouvidos. Vamos reformular a oração:
Reformulado: Nosso gerente ENTRARÁ em contato com o senhor e RESOLVERÁ o seu problema.

2 CHAVÕES: são expressões ou frases que indicam falta de imaginação e de vocabulário e prejudicam à clareza de ideias. 
Exemplo: Venho através desta singela carta solicitar o meu desligamento à empresa.
Não há erros gramaticais nesse exemplo, porém está muito rebuscado e sem objetividade. Vamos reformular isso:
Reformado: Solicito nesta carta o meu desligamento à empresa.

1 AMBIGUIDADE: são frases que apresentam mais de um sentido, comprometendo a clareza e a precisão.
Exemplo: Aquela moça encontrou o menino EM SEU quarto.
Podemos fazer um questionamento sobre essa oração: O menino estava no quarto dele ou da moça? Vamos reformular essa oração com os dois casos:
Reformulado: Aquela moça encontrou o menino no quarto dela. Aquela moça encontrou o menino no quarto dele.

Percebeu que já usou os vícios de linguagem citados? Até logo!